Álvaro Regiani e Kenia Medeiros


O USO DE QUADRINHOS NO ENSINO DE HISTÓRIA: DISCUSSÃO SOBRE AS REPRESENTAÇÕES DA TRADIÇÃO E DA MODERNIDADE NA CULTURA ISLÂMICA A PARTIR DO GRAPHIC NOVEL HABIBI
Álvaro Ribeiro Regiani
Kenia Erica Gusmão Medeiros

Habibi: Representações da tradição e da modernidade na cultura islâmica.
Em 2011, o roteirista e quadrinista Craig Thompson publicou o graphic novel Habibi em meio a uma onda crescente de intolerância da opinião pública norte-americana contra a cultura islâmica. Thompson, após sete anos de pesquisa e uma viagem ao Marrocos, recriou imagens da escrita do texto sagrado e de fábulas da 1001 noites apresentando o mito da criação por meio da metáfora da água. Mas, ao produzir essa História em Quadrinhos (HQ) representou a cultura islâmica de forma arquetípica e estática de modo a manter uma perspectiva que a modernização não acompanhou a modernidade, pois foi impedida pela tradição.
A metáfora da água que perpassa a narrativa de Habibi confronta, diretamente, com o distanciamento das origens religiosas entre o cristianismo e o islamismo, produzindo uma aproximação entre a cultura islâmica e a cultura cristã pelo olhar de um artista “ocidental”. No enredo, as personagens Dodola e Zam seguem um percurso não-linear, entre suas trajetórias individuais e a apresentação das alegorias e de fábulas que culminam na manifestação de um passado cíclico que encarna no tempo contemporâneo uma repetição de práticas tradicionais.
A trajetória de Dodola e Zan apresentam as origens religiosas como problemas sociais na contemporaneidade islâmica, pois as personagens passam por situações extremas como o casamento infantil, a escravidão, a prostituição, a fome e o subemprego que os fazem questionar a tradição e, por fim, negá-la e afirmando que o amor (Habibi em árabe) seria um meio para quebrar o ciclo entre o passado e o futuro.
A questão proposta por Craig Thompson seria de relacionar o papel que o “Oriente” se apresenta dentro do imaginário cultural norte-americano, fazendo-o como uma analogia da própria América, como um “espelho invertido”, transformando as tradições islâmica e cristãs em sinônimos. Conforme ele argumentou em uma entrevista: “Vi que a vida deles não era tão diferente do ambiente em que cresci. São os mesmos estilos de vida, as mesmas morais e, principalmente, as mesmas histórias como fundamentos de ambas as crenças. Foi o meu ponto de acesso. O Alcorão contém algumas das mesmas histórias da Bíblia, mas de forma menos linear e mais poética” (VITRAL, 2012, p. 1)
Habibi, em linhas gerais, trata de um romance não convencional, ambientado em dois tempos interseccionados, um mítico-medieval e outro contemporâneo, objetivando criar uma tensão entre o sagrado imóvel e a dinâmica da vida. Craig Thompson, através da metáfora da água, aproximou o Oriente do Ocidente, com o intuito de abranger discussões sobre as formações religiosas do islamismo e do cristianismo no reconhecimento da equivalência religiosa e dos problemas advindos dessas tradições. Conforme foi narrado por Zan, em sua “oração do órfão”: “Por que criar o homem? Homem que renuncia a seu Criador. Homem que profana a Criação. Homem que consome e evacua. Cobiça e estupra. Sou todas estas coisas. Por que dar vida a criatura tão depravada? A criatura tão incompleta? A criatura tão só? Você crio tudo que é vivo a partir da água. Mas Adão foi criado a partir de água com areia. Lama” (THOMPSON, 2012, pp. 597-598):

Fig. 1.
(THOMPSON, 2012, p. 141)

Na imagem acima, Craig Thompson utiliza a escrita “Shikesté” para representar o provérbio “que o homem considere, pois, do que foi criado” (CORÃO, 86:5). A mensagem religiosa ressignificada ao contexto da narrativa ficcional proporciona um entendimento que a “substância” originária, contida na natureza e nos homens, se conserva sempre para explicar a criação e manutenção da vida por Alá. Quando verbalizada ou por meio de imagens à água, deixa de ser substância e torna-se um movimento cíclico que mantém sempre o mesmo percurso, do nascimento à morte até sua transcendência, algo que remonta também as tradições religiosas do judaísmo e do cristianismo:

Fig. 2
(THOMPSON, 2012, p. 47).

Mesmo referenciando uma raiz comum ao cristianismo e ao islamismo, a imagem cristaliza um arquétipo que nega uma mudança ou uma ruptura com a tradição pela modernidade islâmica. A representação de Craig Thompson de sociedades tribais que praticam agricultura de subsistência sempre dependentes da água como uma dádiva ou de uma opressão teocrática tornam nula a tensão entre a “consciência da tradição” e a “consciência histórica”. A tradição como experiência história engloba o passado ao futuro, definindo o tempo como imutável e impenetrável a mudanças, tornando o tempo presente como o imemorial. Em contrapartida, a perspectiva moderna de tempo linear faz uma crítica do passado e projeta uma tentativa de assentar os textos e práticas num estágio anterior a modernidade, considerando a tradição como primitiva e tornando-a vazia frente a mudança ou o progresso:
Fig. 3
(THOMPSON, 2012, p. 591 – do original em inglês).

Embora, em Habibi, sejam apresentados espaços urbanos modernos o contraste com os cenários agrícolas, o comércio de caravanas no deserto e vilas arcaicas demonstram uma ambiguidade entre o contemporâneo e o tradicional, como se o último, em primeira instância, impedisse progressos. Neste âmbito, Craig Thompson ao retratar a continuidade da tradição na contemporaneidade projetou uma imagem estática do islã, como uma força imóvel que impediria rupturas, retomando assim, uma imagem cristalizada sobre o islã atrasado, extremamente religioso, apegado as práticas do passado mítico e mantém, mesmo que implicitamente, uma perspectiva orientalista e próxima a ideia do “choque entre civilizações”.
A obra de Craig Thompson pode ser contextualizada e qualificada como uma resposta à política que os Estados Unidos promoveram após os atentados do 11 de Setembro. Ou seja, contrária a inversão de valores que esse país fez por meio de uma a campanha midiática que objetivava construir uma imagem de uma grande vítima de terroristas. Por consequência alimentou um sentimento de dissociação entre duas partes do mundo, o islâmico e o mundo cristão para manter uma propaganda de defesa, tanto interna quanto externa. Bem como, o discurso ideológico estadunidense serviu para reforçar a distinção entre os “ocidentais” cristãos e os “orientais” muçulmanos, sustentada, principalmente, por Samuel Huntington que buscou uma função ordenadora para tornar um “conflito global coerente, dividindo os Estados-nação em grupos estáveis de amigos e inimigos” (HARDT: NEGRI, 2005, p. 304).
Em um plano geral, a propaganda de que o islã seria uma civilização primitiva e irracional ensejava manter as ideias e práticas do “orientalismo” para manter o  programa político dos Estados Unidos de “construção nacional” em países muçulmanos como ocorreu no Afeganistão e no Iraque. Como analisaram Michael Hardt e Antonio Negri: “Por isso é que as nações podem ser ser destruídas e fabricadas ou inventadas como parte de um programa político [que] agora atende pelo nome de “mudança de regime”. Essa construção nacional assemelha-se menos ao moderno nascimento revolucionário de nações que ao processo pelo qual as potências coloniais dividiam o planeta e desenhavam os mapas dos territórios submetidos” (HARDT: NEGRI, 2005, p. 304; 47).
A legitimação da guerra contra o terror por meio da justificação ideológica promovida pelo governo e pelo mercado financeiro objetivava a dissociação das múltiplas identidades, a destruição da memória coletiva e das individualidades em nome do cristianismo, da economia e da democracia. Entretanto, tanto as nações islâmicas quanto os Estados Unidos são enormemente plurais e contém perspectivas que variam desde do fundamentalismo religioso até projetos que promovem modernizações antitradicionais. Mas, a difusão de um islã monolítico, mesmo que implicitamente, traduz uma prática comum nas mídias norte-americanas e em Habibi de Craig Thompson.
A ideia de um atraso das nações e povos islâmicos convergem para uma hierarquização do imaginário social norte-americano na produção de esteriótipos sobre a cultura islâmica. Bem como, esta compreensão ilustra também como é apreendida o islamismo no Brasil. Diversos livros didáticos brasileiros incorrem no mesmo erro ao estigmatizar a dita “civilização árabe-muçulmana” negando uma “contemporaneidade” no passado e no presente.
No livro “História: Sociedade e cidadania” (2016) de Alfredo Boulos Júnior destinados ao primeiro ano do ensino médio, por exemplo, as nações islâmicas estão enquadradas no tema da “diversidade religiosa: o respeito à diferença”, compondo os conteúdos sobre o feudalismo, as monarquias medievais e absolutas, o renascimento e a reforma protestante. Ou seja, no momento de ruptura entre a uma religião pública e a moderna consciência racional. Contudo, enquanto o “Ocidente” avança para as modernizações e modernismos com a Revolução Industrial, a francesa e as independências, o “Oriente” árabe-muçulmano continua religioso, conforme a imagem que aparece na abertura do capítulo:

Fig. 4
(BOULOS, 2016, p. 205)

Na legenda da imagem, consta “venda de carne produzida de acordo com as regras da religião islâmica, em um supermercado da Itália, em 2010; note que as promotoras de venda são muçulmanas”. Na indicação ao professor contém a seguinte mensagem: “Sugerimos aproveitar este fato pontual, a proibição do véu islâmico, para refletir sobre questões maiores, como as relações entre a religião e política” (BOULOS, 2016, p. 205). Estas indicações são as únicas que retratam a contemporaneidade islâmica no livro, mas não ocorre uma análise dos temas históricos que levaram a proibição do véu ou mesmo um motivo porque se deve tratar o islamismo no binômio religião e política.
Quando o islã é novamente abordado nos volumes destinados aos segundo e terceiros anos não há referência sobre a transição da medievalidade islâmica para a modernidade ou contemporaneidade, sugerindo uma condição estática. As poucas indicações sobre a cultura árabe ou muçulmana são retratadas apenas quando há incidências dos “choques entre civilizações”, ou como alguns países e nações foram afetas pelo imperialismo europeu e, por conseguinte, pelo norte-americano (Cf. BOULOS, 2016). Em um âmbito hipotético e considerando o relativo sucesso do graphic novel Habibi, a utilização deste livro e da graphic novel Habibi nas salas de aula pode acarretar alguns problemas epistemológicos, afirmando determinados estereótipos.

Possibilidades para o uso no ensino de história:
No ensino de história a utilização de obras ficcionais podem ser utilizadas para a realização de debates sobre contextos sociais e culturais reais com os quais as obras escolhidas guardem alguma relação de pertencimento e representação. Esse uso permite a criação de um espaço intersubjetivo para se pensar o acontecido por meio de referências do “modo de ser, viver e agir das pessoas, dos valores e costumes de uma determinada época”, conforme argumentou Selva Guimarães Fonseca. Ou seja, a utilização do graphic novel em sala de aula permite ao professor mediar as “relações entre os sujeitos, o mundo e suas representações” para “pensá-las como elementos constitutivos de uma realidade sociopolítica” (FONSECA, 2003, pp. 164-165).
O graphic novel oferece possibilidades para um debate com alunos do ensino médio. O uso dessa linguagem diferente como recurso didático favorece a relação de ensino/aprendizagem de várias maneiras. Primeiramente é um suporte textual e imagético com o qual muitos jovens se identificam e ainda entra como obra suplementar ao livro didático, que não pode ser considerado a única fonte para o ensino de história. Há também o favorecimento de uma ação interdisciplinar entre disciplinas como história, literatura, geografia, filosofia e artes. E por fim, mas não menos importante, o texto pode ser usado pelo professor ou professora para a realização de discussões que promovam o questionamento acerca de perspectivas como o eurocentrismo, a sociedade de consumo e espetáculo, bem como sobre as várias formas pelas quais se manifestam pelo mundo, o patriarcado e as imposições de gênero.
Integrado e relacionado com outros conteúdos dentro do programa de ensino, o texto pode como anteriormente dito, ser utilizado para debates em sala, mas ainda ser o ponto de partida para projetos que envolvam a compreensão da difusão e da produção de saber e cultura numa perspectiva de interculturalidade que favoreça a autonomia do saber, do poder e do ser.
Entretanto, os recursos argumentativos e gráficos criam obstáculos a uma clareza sobre o tema proposto. Habibi foi articulada a partir do modelo de vendas da indústria, a jornada do herói, e combina as impressões e relatos das personagens em um sentido autobiográfico, de modo a produzir uma identificação do leitor com a estória, por meio da veracidade da mesma. Contudo, sem uma orientação histórica crítica, os elementos históricos dispersos da religião, das alegorias e das fábulas da cultura islâmica pode ser confundida como crítica social ao invés da continuidade de uma perspectiva orientalista.
O conteúdo e o formato do graphic novel, em oposição ao gibi, procura uma ruptura com o arquétipo repetitivo das estórias e de sua finalidade comercial. Por exemplo, os quadrinhos da Turma da Mônica e dos super-heróis dos “Comics” norte-americanos nunca envelhecem e se morrem sempre retornam ao estágio inicial de suas origens para suas narrativas serem, novamente, impressas e grampeadas a tempo de chegarem as bancas de jornais no início ou fim do mês. Em contrapartida, a arte sequencial de Craig Thompson propôs uma discussão em que o passado arquetípico se funde as mudanças da modernidade islâmica. Repetindo o estilo narrativo que já fez em outros HQ’s em uma “combinação de literatura de intimidade com a capacidade de criar empatia por meio de representação visual” para apresentar “histórias de momentos complexos e traumáticos da vida” (MAZUR: DANNER, 2014, pp. 296-297).
A utilização da ‘literatura de intimidade’ com os ‘momentos traumáticos’, somados aos elementos iconográficos servem para distintas funções na narrativa. Habibi, exemplifica, como a complexidade dos diálogos, às vezes inapropriadas de serem descritas em palavras, se condensam nos desenhos para assim criar um sentido de aproximar o público com a veracidade de sua estória. O que poderia sugestionar uma ideia que essa ficção pudesse contribuir com as discussões sobre a origem do islamismo ou da modernidade de nações de maioria islâmica.
A utilização da noção de passado arquetípico na HQ de Craig Thompson serviu como ferramenta narrativa para conciliar as origens do Corão a uma contemporaneidade, mas a ambivalência entre a “consciência da tradição” e a “consciência histórica” só se contrapõe a uma unidade de um tempo teleológica, isto é, do entendimento de temporalidades em um sentido linear ou progressivo. Se o intuito de Craig Thompson com Habibi foi criticar a continuidade da tradição islâmica na contemporaneidade esqueceu, como faz muitos autores de livros didáticos brasileiros, em compreender as mudanças inerentes a história do islamismo, ou a própria modernidade islâmica por meio de suas rupturas.
A oposição ao tradicional pela modernidade são próprias ao espírito moderno, como uma maneira de realizar-se enquanto projeto, mas a negação do outro, do islâmico, demonstra que a convergência entre o novo superando o arcaico também se relaciona com uma hierarquia entre o ocidente sobre o oriente. Algo que Craig Thompson não conseguiu superar em “Habibi”, reduzindo a cultura islâmica a uma condição de inferioridade. Ou conforme Edward Said explicou sobre o orientalismo: “Dada a sua relação especial com o cristianismo e com o judaísmo, o islã permaneceu para sempre a ideia (ou o tipo) orientalista da afronta cultural original, agravada naturalmente pelo medo de que a civilização islâmica continuasse originalmente (bem como contemporaneamente) a se opor de algum modo ao Ocidente cristão (SAID, 2007, p. 349).
Neste sentido, a tradição islâmica transparece sob o olhar de uma artista norte-americano sendo revisitada através de uma tensão entre uma possibilidade de se pensar o islamismo e a sua estigmatização orientalista. Uma oportunidade se abre então para diagnóstico e ampliação das próprias noções de “Oriente” adquiridas e ressignificadas pelos estudantes ao longo de suas trajetórias escolares. Como ensinou Jörn Rüsen, a consciência história não se forma apenas na escola. No caso do Oriente enquanto conceito atravessado por distintas áreas do saber, soma-se ainda o forte apelo de representações midiáticas que também influenciam na percepção dos estudantes.
A interpretação crítica da obra de Craig Thompson e de sua noção arquetípica da tradição islâmica vai ao encontro de como qualificou Ebrahim Moosa, em “considerar o conhecimento da tradição” como “algo sujeito a interrogações, correções e avanços”, mas “que deve ser posto a uso e que resulte na prática ética” e que “tradição não é, definitivamente, um conjunto de textos, estes são apenas uma fonte de conhecimento acerca da tradição” (MOOSA, 2010, p. 272).
Por último, é urgente que nos processos de educação histórica, sem que se perca de vista as especificidades da área e nem os objetivos curriculares, realizar aproximações dos alunos com formas de compreender e fazer história que contemplem outros sujeitos além do “homem branco”, “ocidental”, “civilizado” e “cristão”. A reutilização cansativa e excludente dessa abstração no ensino de história reforça a estigmatização ou a invisibilidade de outras formas de ser que fazem parte da história. Ampliar as fontes e os personagens históricos, mesmo que seja a partir da desconstrução de uma perspectiva exógena de representação do outro, auxilia no uso do ensino de história como ferramenta para a aceitação de alteridades.

Referências
Álvaro Ribeiro Regiani é mestre em história pela Universidade de Brasília, doutorando em história pela Universidade Federal de Goiás e professor de História da América na UEG – Campus Formosa. Membro pesquisador do GPETEC – Grupo de pesquisa em imagens técnicas.
Kênia Érica Gusmão Medeiros é doutora em história pela Universidade Federal de Goiás e professora de História no Instituto Federal Goiano. Membro pesquisador do GPETEC – Grupo de pesquisa em imagens técnicas.

BOULOS, Jínior. Alfredo. História sociedade e cidadania, 1º; 2º; 3º ano. 2 ed. São Paulo: FTD, 2016.
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história: Experiências, reflexões e aprendizados. Campinas, SP: Papirus, 2003.
HARDT, Michael: NEGRI, Antonio. Multidão. Tradução Clóvis Marques. Rio de Janeiro: Record, 2005.
MOOSA, Ebrahim. Transições no ‘Progresso’ da Civilização: teorização sobre a história, a prática e a tradição. In. SANTOS, Boaventura de Sousa: MENESES, Maria Paula (Orgs.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010.
RÜSEN, Jörn. Reconstrução do passado. Tradução de Asta-Rose Alcaide. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2010.
SAID, Edward W. Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente. Tradução Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
THOMPSON, Craig. Habibi. Tradução de Érico Assis. 1º ed. São Paulo: Quadrinhos na Cia, 2012.
VITRAL, Ramon. Craig Thompson fala sobre os oito anos de criação de ‘Habibi’. Estadão. 02 de jan. 2012.



35 comentários:

  1. Olá Álvaro e Kenia.
    Primeiramente quero parabenizá-los pelo artigo, um texto que provoca reflexões valiosas sobre o uso de imagens na educação, nos faz pensar sobre a cultura islâmica e o uso dos quadrinhos como recurso para o ensino-aprendizado. Neste sentido é que pergunto: qual seria a opinião de vocês sobre o uso dos quadrinhos (HQ's e também a forma Mangás) como ferramenta pedagógica para promover reflexões sobre temas relacionados com o(s) Oriente(s) tanto no Ensino Médio quanto no Ensino Fundamental? Desde já agradeço. Forte abraço.

    Fabian Filatow

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    1. Olá, Prof. Fabian Filatow, muito obrigado pela leitura e pelo diálogo. Qualquer recurso didático deve ser relativizado por seus usos, como no nosso texto, procuramos identificar algumas questões sobre o HQ Habibi o que poderia auxiliar os alunos em uma desconstrução da representação islâmica. Além dessa questão, o uso das diversas HQ's ou Mangás devem ser utilizados com muito cuidado, pois pode reforçar estereótipos ao invés de questioná-los.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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    2. Oi prof. Fabian ! Muito obrigada pelas considerações. Acreditamos que os usos de material extra servem para contribuir com o ensino-aprendizagem, tendo em vista que um ensino pautado na exclusividade de um material, como por exemplo, o livro didático, adquire características de perspectivas um tanto quanto limitadas em termos de conteúdos, abordagens e linguagens. Contudo, é sempre importante relacionar os materiais, fontes e linguagens com os objetivos da orientação proposta, ou seja, a adequação ao nível dos alunos e a existência de relações entre o dito material e o currículo formal. Sobre os Mangás e HQs acredito ser possível e interessante, apesar de não ter uma referência em mente.
      Kenia Erica Gusmão Medeiros

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    3. Profa. Kenia e Prof. Álvaro,
      Agradeço pelo diálogo e informações valiosas.
      Desejo a vocês sucesso. Abraço.

      Fabian Filatow

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    4. Nós que agradecemos a leitura e a gentileza das palavras. Sucesso pra vc também!

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    5. Nós que agradecemos pelo diálogo! Abraços e sucesso para você também!
      Álvaro Ribeiro Regiani

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  2. Olá, Boa tarde!
    Primeiramente gostaria de agradecer e parabenizar pelo artigo e pela discussão presente nele!
    Sou professor da rede estadual do Estado de Mato Grosso e o problema que encontro ao trabalhar com o Oriente Médio na disciplina de História é desconstruir a ideia de que aquela região é o lugar onde só acontece tragédias, guerras, terrorismo, etc.
    Gostaria de saber se é viável usar os HQ para falar da História daquela região? Além dos exemplos apresentados no texto, existem outros referentes aos conteúdos de 6º e 7º ano do Ensino Fundamental? Vocês acham viável o uso de HQ em um trabalho entre diversas disciplinas como, por exemplo, História e Língua portuguesa, onde se trabalharia o contexto histórico e o incentivo à leitura?
    Grande abraço!

    Mauricio Ribeiro Damaceno

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    1. Olá prof. Mauricio Ribeiro Damaceno, obrigado pela leitura e pelo diálogo. De fato as representações sobre o "Oriente" mostram o que o "Ocidente" quer e/ou construiu. Em todo caso, qualquer utilização de material extracurricular como o HQ por exemplo deve ser problematizado no tocante a sua fundamentação e de seus possíveis usos. Temos conhecimento de um HQ chamado de Persópolis escrito por Marjane Satrapi que fundamentam questões interdisciplinares como a literatura e a história, além de outras disciplinas, e possivelmente pode ser utilizado como um conhecimento adequado para o ensino dos 6º e 7º anos. Mas, ressaltamos que o enfoque da tipologia do HQ e de seu conteúdo devem ser sempre pensadados, antes de utilizados, segundo o Plano Político Pedagógico da escola.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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    2. Oi professor Mauricio! Muito obrigada pelas considerações. Para fugir a lógica de uma representação preconceituosa ou reducionista é importante além do HQ utilizar outras fontes como textos e/ou documentários para auxiliar na discussão junto aos livros didáticos. Uma estratégia interessante é problematizar com os alunos as próprias simplificaçoes, reducionismos e preconceitos que possam surgir no livro didático, ainda muito atrelado no Brasil a perspectivas eurocêntricas. Uma aproximação dos diálogos interculturais e da discussão da decolonialidade pode ser uma boa alternativa para desconstruir tais visões. Partir das protonarrativas do aluno (ou seja , o conhecimento prévio que ele traz) e discutir os temas por meio de renovadas fontes abordagens é um caminho.
      Kenia Erica Gusmão

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  3. Olá! Primeiramente gostaria de externar meus parabéns pelo texto que é, deveras, convidativo a leitura e nos geram profundas reflexões. A utilização de HQs e outros produtos midiáticos nas aulas de história auxilia na construção cognitiva do passado e tende a fomentar o senso crítico do aluno, desconstruindo velhos paradigmas e preconceitos.

    Jefferson Fernandes de Aquino

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    1. Oi prof. Jefferson! Muito obrigada pelas considerações. Suas reflexões vão ao encontro ao que compreendemos.

      Kenia Medeiros.

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    2. Olá Jefferson Fernandes de Aquino, obrigado pela leitura e pelo diálogo. Acreditamos em cada linha que você escreveu, os recursos didátidos conectados as proto-experiências dos alunos(as) são importantes para a formação pedagógica e a orientação histórica.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Bom dia, aos autores meus parabéns pelo texto.
    O texto em alguns momentos fala da utilização de obras ficcionais para o ensino de história. Concordo que as obras ficcionais são capazes de nos aproximar de uma história que nos é tão abstrata tanto pela distância temporal quanto regional.


    No entanto fiquei pensando os riscos da utilização de obras ficcionais, então me surge a questão: Quais os cuidados que devemos tomar para não passar aos alunos, sobretudo aos mais novos, uma ideia de História como algo similar à literatura e que pode não ser verdade? Haja visto que embora o uso da literatura não esteja descartada, a história trabalha sobretudo com as fontes na tentativa de uma representação do passado.

    Mais uma vez parabéns pelo texto.
    Cordialmente,

    Cauê Araújo dos Santos

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    1. Obrigada Cauê!Sua preocupação representa um cuidado importante no manuseio desse tipo de documento. O uso de linguagens como literatura, quadrinhos e qualquer outra ficção ou obra de arte, pode ser incorporado ao ensino. No ensino de história que ocorre nos níveis fundamental e médio, é necessário o professor realize quando pertinente (geralmente no começo do ano) uma discussão sintética sobre a natureza do conhecimento histórico. Essa discussão introdutória sobre o processo de escolha de objetos, seleção de fontes, heurística, escrita e divulgação, situa o estudante acerca do caráter metódico e vinculado à pretensão de verdade realizado por historiadores e professores de história. Durante a utilização da própria ficcçao, discute-se o elemento ficicional e as representações do real, tendo em vista que o professor possui conhecimentos para identificar tais aspectos. Outra possibilidade bastante recorrente entre os profissionais que aderem aos usos de tais linguagens, é discussão acerca de expectativas para o futuro concretizadas ou não no presente que se pode perceber nos textos literários.

      Abraço.

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    2. Olá Cauê Araújo dos Santos, obrigado pela leitura e considerações. Os usos de obras ficcionais em qualquer formato, seja HQ, Imagem , Literatura ou outros suportes deve levar em conta que o ato de comunicação, representado na ficção ou na historiografia, possibilita sempre um ato interpretativo. A interpretação envolve uma tradução ou contextualização histórica pertinente aos objetivos do ensino de história. De acordo com essa premissa, a interpretação dos alunos, mesmo quando construídas de forma estereotipada, servem para compreender como cada subjetividade pertence a um tempo, no caso o presente, por isso o papel do educador e apresentar novas abordagens para uma orientação histórica com o claro intuito de superar preconceitos. Haja visto que se a história é filha de seu tempo e necessário apresentar pressupostos contemporâneos, mesmo que por meio de ficções, para constituir um conhecimento histórico.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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    3. Obrigada Cauê!Sua preocupação representa um cuidado importante no manuseio desse tipo de documento. O uso de linguagens como literatura, quadrinhos e qualquer outra ficção ou obra de arte, pode ser incorporado ao ensino. No ensino de história que ocorre nos níveis fundamental e médio, é necessário o professor realize quando pertinente (geralmente no começo do ano) uma discussão sintética sobre a natureza do conhecimento histórico. Essa discussão introdutória sobre o processo de escolha de objetos, seleção de fontes, heurística, escrita e divulgação, situa o estudante acerca do caráter metódico e vinculado à pretensão de verdade realizado por historiadores e professores de história. Durante a utilização da própria ficcçao, discute-se o elemento ficicional e as representações do real, tendo em vista que o professor possui conhecimentos para identificar tais aspectos. Outra possibilidade bastante recorrente entre os profissionais que aderem aos usos de tais linguagens, é discussão acerca de expectativas para o futuro concretizadas ou não no presente que se pode perceber nos textos literários.

      Abraço.

      Kenia medeiros

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  6. Olá Álvaro e Kenia. Gostaria de parabenizá-los pelo texto. Levando em conta o uso de imagens na educação e que o próprio Craig Thompson não conseguiu superar em “Habibi” a redução da cultura islâmica a uma condição de inferioridade, como realizar atividades com HQs fugindo dos esteriótipos porém não esquecendo da preocupação com fontes históricas?
    Isabelli Meirelles Zacaron Grossi

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    1. Olá Isabelli! Obrigada! Realmente não é fácil, é comum, mesmo nós professores com olhares treinados e leituras que dão suporte para visões de mundo que acatam a complexidade do social, por vezes nos percebermos em atitudes de repetição de estruturas ligadas a colonialidade do ser, do saber e do poder (utilizando Quijano). Nesse sentido, é importante que nos atenhamos para os texto (em sua dimensão discursiva total, palavras e imagens) e seu local de produção e recepção. É interessante que sua utilização, como a de qualquer linguagem, seja precedida de explicações sobre as características desse discurso. As imagens, os textos, o cinema, as músicas, enfim, qualquer linguagem utilizada não deve ser tratada pelo professor como uma fonte de saberes evidentes e infalíveis, desse modo, o debate é parte da produção de saberes dessa aula. Outra questão, é a pertinência da utilização de possíveis perspectivas etnocêntricas das próprias fontes para a discussão em sala, assim como fazemos por exemplo, ao demonstrarmos as limitações do livro didático em suas vinculações com a indústria cultural ou em sua adesão a periodizações de valorização da história européia, como velho quadripartite francês.

      Abraço.

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    2. Olá Isabelli Meirelles Zacaron Grossi, muito obrigado pela leitura e pelas considerações. Ao enfatizar os propblemas da 'redução' da cultura islâmica em Habibi, nós enfatizamos que os usos de ficções servem como pressupostos para aproximar temas da contemporaneidade. E esses mesmos pressupostos servem para constituir um conhecimento histórico. Contudo, uma obra literária ou uma HQ nunca devem ser apresentadas como representações únicas ou da verdade, mas como elementos que constituem uma parte de um todo para assim conferir uma autoridade discursiva ou uma orientação histórica.
      Àlvaro Ribeiro Regiani

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    3. Olá Isabelli! Obrigada! Realmente não é fácil, é comum, mesmo nós professores com olhares treinados e leituras que dão suporte para visões de mundo que acatam a complexidade do social, por vezes nos percebermos em atitudes de repetição de estruturas ligadas a colonialidade do ser, do saber e do poder (utilizando Quijano). Nesse sentido, é importante que nos atenhamos para os texto (em sua dimensão discursiva total, palavras e imagens) e seu local de produção e recepção. É interessante que sua utilização, como a de qualquer linguagem, seja precedida de explicações sobre as características desse discurso. As imagens, os textos, o cinema, as músicas, enfim, qualquer linguagem utilizada não deve ser tratada pelo professor como uma fonte de saberes evidentes e infalíveis, desse modo, o debate é parte da produção de saberes dessa aula. Outra questão, é a pertinência da utilização de possíveis perspectivas etnocêntricas das próprias fontes para a discussão em sala, assim como fazemos por exemplo, ao demonstrarmos as limitações do livro didático em suas vinculações com a indústria cultural ou em sua adesão a periodizações de valorização da história européia, como velho quadripartite francês.

      Abraço.

      Kenia Medeiros

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  7. Boa noite, professores Álvaro e Kenia!
    “O uso dessa linguagem diferente como recurso didático favorece a relação de ensino/aprendizagem de várias maneiras. Primeiramente é um suporte textual e imagético com o qual muitos jovens se identificam e ainda entra como obra suplementar ao livro didático, que não pode ser considerado a única fonte para o ensino de história.”
    Com o avanço da tecnologia muda o perfil do professor e do aluno, portanto, nas salas de aula sente-se a “urgência” de propostas inovadoras para o ensino-aprendizagem. O livro didático é uma ferramenta válida, sem dúvidas, é um instrumento importante, mas hoje se sente a necessidade de irmos além dele para atingirmos ao que a um certo ponto vocês afirmam: “Ampliar as fontes e os personagens históricos, mesmo que seja a partir da desconstrução de uma perspectiva exógena de representação do outro, auxilia no uso do ensino de história como ferramenta para a aceitação de alteridades.” Como conseguir envolver os responsáveis pelo ensino-aprendizagem nesse processo de mudança, nessas “novas linguagens de ensino”?

    Obrigada e parabéns pelo texto.
    Celiana Maria da Silva

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    1. Obrigada Celiana!Excelente observação! Essa parte nem sempre é fácil. Acreditamos que nessa questão específica, entra em cena a importância da formação continuada e da identidade profissional. Cada professor, realizando sua formação contínua vai aos poucos descobrindo e ressignificando fontes e métodos que lhe são mais próximas. Eu por exemplo, sempre trabalhei muito com músicas e cinema, quadrinhos é uma descoberta recente pra mim. Essas descobertas e ressignificações dão-se por meio de leituras, interações com suportes culturais diversos e também no espaço de experiência, investigação histórica e construção de saber que é a própria sala de aula. Aproximar-se e compreender os interesses e formas de comunicação das gerações de nossos alunos é fundamental para a configuração de uma relação de ensino e aprendizagem significativa.

      Abraço

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    2. Olá Celiana Maria da Silva, muito obrigado pela leitura e pelas considerações. Ao considerarmos a intenção original da obra com as representações e recepções e com o seu contexto histórico, assumimos uma postura crítica, como uma operação, para auxiliar na leitura dos alunos(as), para assim reconstruir o "outro" no tempo. Desta forma, rejeitamos a ideia de um passado fechado para pensá-lo como um movimento histórico com foco na noção de representação e desconstrução. Acreditamos que essas operações possibilitam uma contemporaneidade na leitura o que aproximaria o distante com perto e o outro com uma identificação dos alunos sobre os temas propostos.
      Àlvaro Ribeiro Regiani

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    3. Obrigada Celiana!Excelente observação! Essa parte nem sempre é fácil. Acreditamos que nessa questão específica, entra em cena a importância da formação continuada e da identidade profissional. Cada professor, realizando sua formação contínua vai aos poucos descobrindo e ressignificando fontes e métodos que lhe são mais próximas. Eu por exemplo, sempre trabalhei muito com músicas e cinema, quadrinhos é uma descoberta recente pra mim. Essas descobertas e ressignificações dão-se por meio de leituras, interações com suportes culturais diversos e também no espaço de experiência, investigação histórica e construção de saber que é a própria sala de aula. Aproximar-se e compreender os interesses e formas de comunicação das gerações de nossos alunos é fundamental para a configuração de uma relação de ensino e aprendizagem significativa.

      Abraço

      Kenia Medeiros

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  8. Olá Parabéns pelo excelente texto. Eu vejo grande dificuldade nos jovens hoje em se concentrar e produzir conhecimento e gostaria que você me desse uma dica (exemplo)de como aplicar no ensino aprendizagem as obras ficcionais?
    Obrigada
    Talita Souza da Rocha Rebello

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    1. Olá Talita Souza da Rocha Rebello, obrigado pela leitura e considerações. O uso de Hqs, por exemplo, permitem a "entrada" para o campo das sensibilidades estéticas e estas orientam sentidos históricos. Nesses variados sentidos, o valor estético do HQ é pouco relevante, mas o seu poder de diálogo e o de possibilitar interpretações permite viabilizar pesquisas sobre o tema desenvolvido. A título de exemplo, o uso do HQ Habibi poderia ser uma opção para a apresentação do mundo islâmico e, posteriormente, o desenvolvimento de uma pesquisa orientada utilizando outras fontes como o Alcorão, As mil e uma noites, a arte arábica, etc. Para assim transformar uma experiência estética em cognitiva, dando um sentido orientador na história nos alunos.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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  9. Muito interessante a percepção de um oriente monolítico no Craig Thompson e a dificuldade da alteridade de maneira geral, mesmo nos objetos culturais. Na opinião dos autores, o contexto de intolerância crescente em que vivemos muda a percepção do leitora/aluno desse tipo de obra?
    Janaina de Paula do E. Santo

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    1. Olá Janaina de Paula do E. Santo, muito obrigado pela leitura e considerações. Concordamos com a sua explanação, de fato, a onda crescente de intolerância prejudica um debate democrática com vias ao reconhecimento dos direitos humanos como meio para a compreensão das diversas culturas. Diante disso, penso que os Hqs ou qualquer outra obra ficcional devem ser pensadas não apenas em sua produção, mas em processos de recepção, leitura, consumo e, principalmente, como "entrada" para novas sensibilidades. Essas permitem um diálogo sobre a alteridade necessária, envolvendo uma crítica a consciência histórica individual e a cultura histórica.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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    2. Obrigada Janaína! Sim, a intolerância e diversas formas de violência são crescentes em práticas e discursos. Acreditamos que se debatida numa leitura direcionada, obras como essa podem ser importantes ferramentas no ensino, provocando questionamentos acerca de representações e crenças prévias. Abraço!

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    3. Obrigada Janaína! Sim, a intolerância e diversas formas de violência são crescentes em práticas e discursos. Acreditamos que se debatida numa leitura direcionada, obras como essa podem ser importantes ferramentas no ensino, provocando questionamentos acerca de representações e crenças prévias. Abraço!

      Kenia Medeiros

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  11. Parabéns Professor Álvaro e Professora Kenia pelo trabalho apresentado!
    Eu me identifico muito com a temática abordada neste artigo. Trabalhar conteúdos históricos a partir das HQs é um método de ensino que, a meu ver, exige bastante dedicação por parte do docente em termos de preparação de planos de aula e adequação dos assuntos a serem abordados.
    Na minha experiência como estagiário de História durante quatro semestres, tive a oportunidade de estagiar com quatro professore(a)s de História. Mas nenhum deles apresentou em sua didática o trabalho com Histórias em Quadrinhos da forma como está sendo abordada em seu artigo. É comum essa falta de apropriação das HQs como recurso didático entre os professores de História?

    Edgar Silva dos Santos

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    1. Obrigada Edgar! Então, especialmente a partir de questionamentos das limitações dos livros didáticos, diferentes fontes e linguagens foram ganhando espaço nas salas de aula. A utilização de uma ou outra, tem relação com a identidade do professor, da turma, enfim, tem a ver com toda a cultura escolar estabelecida. Esperamos que textos como este ajude que mais professores experimentem esse tipo de uso. Abraço

      Kenia Medeiros

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    2. Olá Edgar Silva dos Santos, muito obrigado pela leitura e por suas considerações. Isto depende do perfil do professor regente, há vários trabalhos que utilizam o HQ como fonte ou linguagem para contextualizar períodos históricos. Mesmo com o avanço nas discussões acadêmicas em torno dos usos dos quadrinhos ainda há muito a ser feito.
      Álvaro Ribeiro Regiani

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