DA NATUREZA PARA O PANTEÃO: UM OLHAR SOBRE OS GATOS NO
ANTIGO EGITO
Maura Regina Petruski
As representações simbólicas
egípcias que vieram à tona a partir das escavações arqueológica desencadeadas
desde a antiguidade na extensão do vale do rio Nilo, continuam a mexer com o
imaginário de pesquisadores que buscam desvendar e compreender o significado do
mundo construído nesse espaço geográfico.
Os sinais dessa cultura anularam o
tempo e lugar, na medida em que, até hoje, são objeto de estudo de
profissionais de distintas áreas do conhecimento, ocupando pautas de discussões
em vários níveis do espaço acadêmico e o resultado que se encaminham para
diferentes análises e abordagens reflexivas, evidenciando as múltiplas
relações que os indivíduos que viveram nessa sociedade mantiveram com os seus
objetos, os quais, muitos deles, estão na atualidade, submetidos aos saberes
dos pesquisadores, fazendo com que esses profissionais possam lidar com atos do
conhecimento, como, também, com intenções, poderes e crenças. Os objetos são frutos da vida material e do
trabalho humano, sendo resultado de decisões que residem em experiências e
intenções prévias de um sistema de conhecimento que devem ser lidos dentro de
uma estrutura simbólica.
As imagens que são reveladas pelas
explorações e que estão materializadas em diversos suportes são passíveis de
diferentes leituras pelos seus observadores, contudo, não devem ser vistas
unicamente como meras reproduções estabelecidas pelos indivíduos apoiadas por
referências do meio que os circundava, mas como algo muito mais abrangente e
significativo, posto que estavam segmentadas numa lógica explicativa de sua
realidade em que aspectos do coexistir e coabitar era o ponto de partida para a
construção e compreensão dessa sociedade.
Em relação a perspectiva
apresentada acima, Margarete M. Bakos afirma que os egípcios viam uma
verdadeira cumplicidade no ecossistema e, por conta disso, organizavam com
perfeição as ações sustentadas no tripé: homens, animais e meio físico. Para
eles, como os deuses foram os responsáveis pela criação do cosmos, dos humanos,
animais, minerais e vegetais, então cabia a exemplares dessas categorias
reproduzirem o gesto do seu Criador, e alguns foram alçados a condição de
sagrados (2004, p.45).
Na linha interpretativa em que os animais são
utilizados como referência de sacralidade está às espécies selvagens, que eram
vistos pelos egípcios como representantes do que havia subsistido do caos
primordial. Contudo, somente algumas classes dos reinos que foram contempladas
para integrarem o conjunto da representação imagética dos deuses, sendo que os
atributos que prevaleceram na seleção estavam pautados na forma de vida e
características do animal como, por exemplo, o touro que era visto como símbolo
de poder, de força e de virilidade.
Dessa forma, acordo com Bakos,
“O mundo estava cheio de deuses. Animais que
escapavam à normalidade do panorama eram deificados, como o falcão, que se
desloca no ar, sem outra força aparente que o sol; o chacal, que ultrapassa o
deserto, como um espectro; o crocodilo, que se confunde com uma simples
protuberância nos pântanos e o touro que tem as sementes da procriação. Sem
dúvida, par eles nada era inanimado, havia uma alma em cada coisa. Tudo no
mundo que inspirava admiração ou medo era um deus, alguns considerados maus, a
ser respeitado, temido e até bajulado. Assim, viam deidades em árvores e
fontes, pedras e montanhas, pássaros e feras, ar e chuva, nuvens e tempestades,
trovões e relâmpagos, fertilidade e nascimento, divindades que possuíam
estranhos poderes dos quais eles não eram o senhor” (2004, p. 57).
Os dois
lados de uma espécie: de animal e deus
O gato africano é oriundo das regiões do sul do
continente e chegou ao vale do rio Nilo na pré-história. Em território egípcio, duas espécies
selvagens são encontradas: o da selva (Felis
chaus) e o selvagem africano (Felis
silvestris lybica). O primeiro é maior, mais pesado em relação ao segundo e
prefere habitar as zonas pantanosas com uma densa cobertura de solo.
A espécie selvagem africano se adaptava a vários
ambientes e tinha uma constituição mais leve que o da selva, sendo um parente
mais próximo do gato moderno, porém com tamanho maior que o dos gatos
domésticos da atualidade, entretanto, mais agressivo. Com pelagem amarelo-acizentado
e marcas listradas proporcionavam uma camuflagem tanto entre as rochas quanto
areias do deserto, na medida em que dissimulava sua presença no meio.
Vestígios dessa variedade foram encontrados na
região do Delta do rio Nilo, e os registros arqueológicos evidenciam que eles
preferiam viver nas zonas com densos canaviais e bosques de papiros, além das
áreas pantanosas e florestas de juncos que se estendiam ao longo dos canais.
Outra linhagem que também habitou o solo egípcio
foi o serval (Felis serval), um
felino com uma constituição física mais robusta sustentada por patas longas. As
orelhas eram largas e pontiagudas e a cauda comprida, cujo tamanho chegava a
quase um terço do da cabeça e corpo. A coloração da pelagem podia ser
encontrada em dois padrões diferentes, sendo a mais comum o castanho-claro com
pintas redondas e negras na lateral do corpo e várias listras paralelas negras
no pescoço, na espinha e no dorso. O outro é o castanho-claro com pintas
pequenas em tons de marrom e preto, distribuídas em fileiras irregulares
separadas por outra negra e larga ao longo do dorso.
“Era um animal solitário que habitava as tocas,
fendas de rochas e arbustos em estepes, além de zonas pantanosas ao longo dos
rios, vivendo também em altas montanhas. Não era estritamente noturno, sendo
ativo nos períodos mais frescos do dia podendo ser visto com mais frequência”
(ARAÚJO, 2001, p.19).
Embora seja uma espécie descrita em períodos
tardios como gentil e brincalhão, Araújo
destaca que essa situação era oposta no início da formação dessa sociedade em
virtude de que “o gato no período pré-histórico, ainda não era dominado,
situação que permaneceu até o Império Antigo, sendo que era respeitado e temido
pela sua ferocidade, qualidade que partilhava com o leão” (2001, p. 28).
Pelo menos desde a V dinastia (2479-2311 a.C.) é
possível encontrar grafado a palavra gato na escrita egípcia, sendo designado mil (ou miut) para o masculino e miit
para o feminino, mas até essa fase ainda viviam em estado selvagem, sendo
que o processo de domesticação se ampliou a partir de 2.000 a.C., quando a
aproximação desses com os humanos se intensificou.
De acordo com Málek, os primeiros registros que
encaminham para o contexto doméstico de convivência entre as partes estão no
interior de um túmulo que pertence um administrador da província de Órix
chamado de Baket III, o qual viveu durante o período do Reino Médio. A cena que revela a aproximação compõe o
cenário retratando uma gata que está se confrontando com um rato e, ao lado
esquerdo dessa representação, vê-se um homem segurando um bastão, objeto que na
iconografia egípcia está simbolicamente associado a um instrumento que é
utilizado por uma pessoa que exerce a função de cuidador de animais de
estimação (2006, p. 52).
Outro elemento que ilustra a aproximação
mencionada pelo autor é o conjunto de 17 esqueletos de gatos que foram
depositados numa sala do complexo funerário no cemitério da cidade de Abidos, o
qual foi explorado pelo egiptólogo britânico Flinders Petrie (1853-1942). Esses
integravam o espólio mortuário juntamente com recipientes de oferendas datados
entre os anos de 1980-1801 a.C., que se acredita foram oferecidos a deusa
Bastet, cuja iconografia é representada por essa espécie de felino (MÁLEK,
2001, p. 53).
Contudo, os primeiros desenhos do gato caseiro
(neste caso o Felis chaus) remontam
ao Segundo Período Intermediário (1800-1550 a.C.), sendo que a partir desse
período aparecem com mais frequência nas decorações tumulares, tornando-se uma
figura habitual no Império Médio. É também dessa fase a primeira estatueta de
gato conhecida, que é um recipiente de travertino para cosméticos com forma do
felino.
Nas pinturas internas das paredes dos túmulos da
cidade de Tebas produzidas no Novo Império, exibem-se com mais frequência
exemplares do bichano posicionados sob a cadeira provavelmente do dono, sendo
que nas representações é possível contemplar grandes animais com aspecto de
pêlo bem tratado, orelhas longas, por vezes usando brincos, também com bigodes
espetados e cauda comprida. Em algumas cenas aparecem sentados na pose felina
ou devorando um peixe, já noutras, estão próximos a um ganso, macaco ou a um
prato de comida. Diferentemente das atuações descritas acima, também são vistos
integrando paisagens de caçadas de aves selvagens e de enfrentamento com outros
animais, entre os quais está o porco espinho.
Sob as ostracas e nos papiros eles foram
exibidos na linha cômica recriando a velha e conhecida luta entre o gato e o
rato, muito embora as prospectivas apresentem o roedor numa situação de ataque
ao felino. Demais registros nesses materiais também mostram um exército de
ratos em posição de ataque prontos para invadirem uma fortaleza onde em seu
interior gatos resistem à investida. Numa terceira linha de retratação tem-se
um gato a conduzir um bando de gansos com uma vara e, ainda, servindo a uma
rata bem vestida que está sentada à mesa com grande quantidade significativa de
alimentos (MÀLEK, 2001, p.63).
De certa maneira, principalmente o homem comum
egípcio se identificava com esse felino, devido sua origem campeira, a
simplicidade de vivência que se adaptava facilmente ao meio, além de sua
utilidade econômica na proteção a produção agrícola e as qualidades
apotropaicas, fazendo com que ocupasse lugar de ressalto perante outras
espécies que compartilhavam a natureza.
Assim, diante das características que lhe são
inerentes que contribuíram para promover sua divinização
“possui o mais alto nível das qualidades de
indiferença e independência que sugerem sacralização, além de sua elevada
capacidade de ver no escuro que foi interpretada como uma capacidade divina,
inclusive com o brilho dos olhos devido à crença de que estes refletiam o sol
mesmo durante a noite quando o astro estava oculto à visão humana. Somado a
esses elementos esta à sua habilidade em matar serpentes foi outro fator
determinante, porque o gato divino era o destruidor do mal simbolizado como uma
serpente” (2006, p. 82).
A relação construída entre os indivíduos e
animais na sociedade egípcia bem como a forma como eram tratados pelos
primeiros, causava estranheza de outros povos da Antiguidade quando se
deparavam com o convívio entre as partes na medida em que não entendiam o que
levava a tal comportamento por parte dos humanos. Os gregos não cabiam em si de
espanto diante do inusitado espetáculo de adoração de animais nas mais
distintas cidades egípcias, pois cada uma delas estava assentada no culto e
reverência a um animal em específico, por exemplo, em Mênfis cultuava-se o boi
Ápis considerando-o como a encarnação de Ptah; em Tebas, era o carneiro de
Ámon; em Busíris, o bode de Osíris era o centro; no Fayum o crocodilo de Sebek é
que possuia relevância; em Bubástis deusa gata Bastet, e assim por diante.
(JORGE, 2018, p. 32).
Não menos que O ‘Pai da História’, Heródoto fez
menção em seus escritos se referindo a deusa Bastet, que na iconografia egípcia
era representada por uma gata, e assim escrevendo:
“pelo fato de as fêmeas, após darem à luz, não
procurarem mais a companhia dos machos, estes tentam obter sua companhia mais
uma vez, praticando um artifício curioso. Eles roubavam as crias, levam-nas e
matam-nas. Mas não as comem. Depois disto, as fêmeas, privadas das suas
ninhadas, e querendo substituí-los, procuram os machos uma vez mais, uma vez
que são bastante chegadas à sua prole” (2006, p.66)
Para Luís Manuel de Araújo, observando o
conteúdo da narrativa de Heródoto, não foi à toa que os egípcios fizeram a
ligação da gata com as mulheres grávidas confirmando as qualidades maternais do
animal, pois para Araújo “este testemunho direto da realidade egípcia
reveste-se de importância, uma vez que, se foi o que ficou impresso na mente de
Heródoto, certamente terá tido um impacto maior para os egípcios que conviviam
diária e proximamente com os felinos” (2001, p. 35).
Todavia, a devoção aos animais não podem ser
apresentados dentro do contexto de uma zoolatria, embora no antigo Império possa
ser identificada uma pequena tendência nessa linha, mas que logo foi dissipida,
pois foi durante esse período que se verificou a realização da mumificação de
diferentes espécies de animais, bem como a preocupação com a sua preservação
quando exemplares eram criados em recintos fechados, dada a sua sacralidade e
necessidade de perpetuação. Araújo justifica essa colocação exemplificando a
partir da deificação do gato doméstico, que não eram criados para veneração,
mas sim para serem sacrificados e entregues como peticionários votivos
principalmente durante os festivais religiosos em honra a Bastet (2001, p 37).
Ademais, centenas de múmias desses animais foram
encontradas por toda a extensão do território egípcio compondo o espólio
mortuário de pessoas de diferentes segmentos sociais, acrescido ao fato de que
as escavações arqueológicas revelaram várias necrópoles de gatos, sendo a maior
de todas até então conhecida é a da cidade de Bubástis, na região do Delta do
Nilo, situada próxima ao templo da deusa Bastet.
Ainda outro elemento que pode ser apresentado
como contrário a prática da Zoolatria em solo egípcio é a utilização de partes
do corpo dos gatos como componentes das receitas médicas para aliviar os
malefícios de doenças, como por exemplo, a gordura do animal era aplicada na
pele para aliviar a rigidez dos membros em forma de atadura. Já do pêlo faziam ungüentos para aliviar as
dores das queimaduras, além dos excrementos dos machos e a placenta das fêmeas.
Referências
Maura Regina Petruski. Professora Doutora do
Departamento de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
ARAÚJO, Luís Manuel. 2001. Dicionário do Antigo Egipto. Lisboa:
Editorial Caminho. 2001.
BAKOS, Margarete M. Fatos e Mitos do Egito
Antigo. Porto Alegre: EDIPUCS, 2004.
JORGE, Arthur Marques. A religião como fator
civilizatório no Egito Antigo. Dissertação de Mestrado. Tubarão, 2018.
HERÓDOTO. Histórias. Tradução
de Perre Henri Larcher. 2006. Disponível em
MÁLEK,
J. Cat in Ancient Egypt. Londres:The British Museum Press, 2006.
Há evidências de gatos negros Egito Antigo, qual a ligação deles com a Bastet?
ResponderExcluirThatiana Bonifacio Bergerot
Em sua opinião, porque o gato não é tão bem recebido como o cachorro na atualidade? Como você destaca no texto, já naquele período não existia esta espécie de zoolatria mas os egípcios dedicavam certo carinho para com o animal. Hoje em dia, na atualidade, o cachorro é visto como amigo do homem e o gato como animal traiçoeiro e que traz azar. Minha dúvida é em sua opinião porque a cultura egípcia em relação aos gatos se perdeu ou nem foi difundida? Há indícios arqueológicos ou históricos/ historiográficos?
ResponderExcluirNicole Loureiro da Silva
OLá Nicole! Obg por ler meu texto.
ExcluirSe perdeu devido a distância temporal que essa sociedade se estruturou, visto que fica difícil preservar uma cultura milenar que foi se mesclando com outras dentro do seu próprio território. Além de que, as que foram chegando normalmente sufocaram referências da que já existia, principalmente quando são elementos que se diferem da sua.
Abc
Excelente trabalho e abordagem!
ResponderExcluirExistem civilizações orientais na atualidade que apresentam uma zoolatria aos gatos como o Egito Antigo?
José Vando Moreira da Silva
Olá Vando, obg por ler meu texto!
ExcluirEu desconheço.
Abc
Boa tarde! Parabéns pelo texto. Interessante notar que em várias culturas a serpente é vista como uma representação do mal.
ResponderExcluirPode-se dizer que os gatos foram então domesticados pelas pessoas para que esses as protegessem? Seriam as partes do animal usadas nas curas também vistas como um amuleto, como se a pessoa debilitada, carregando consigo uma parte dele, estivesse mais protegida?
Ana Paula Sanvido Lara
Olá Ana Paula, obrigada por ler meu texto!
ExcluirEm meu ponto de vista, essa referência depende muito da crença das pessoas que vão incorporando sentidos ao seu existir. Não creio que eles domesticaram o gato para se protegerem, foi um processo inverso, as características passaram a ser mais observadas a partir do momento da convivência. Abc
Excelente trabalho!
ResponderExcluirMuito interessante a abordagem do tema, começando pelas duas maneiras em que os gatos estavam presentes no cotidiano do povo egípcio. No inicio do seu texto eles são apresentados como uma especie de deuses, um amuleto de proteção uma ligação entre deuses e homens, porem no final temos uma abordagem bem interessante e em particular curiosa a utilização desses mesmos animais para componentes médicos exigindo que fossem de certa forma sacrificados.
Existe algum texto ou documento que explique tais praticas medicinais?
FRANCIELE MARCOS VELHO.
Olá Franciele, obrigada por ler meu texto!
ExcluirEm alguns papiros que foram encontrados estão registrados tais práticas medicinais.
Abc
Uma das características mais presentes e chamativas do Antigo Egito é o politeísmo, com deuses antropozoomórficos. A partir disso, percebe-se uma aproximação entre o humano e o animal. Sendo assim, qual seria a explicação para essa aproximação entre a sociedade egípcia e o gato, por exemplo?
ResponderExcluirGustavo da Silva Ramos.
Olá Gustavo, obrigada por ler o texto!
ExcluirA aproximação está relacionado às características do animal, sua forma de atuação no meio natural.
Abc
MAURA Seu trabalho é relevante com as considerações das divindades Egípcias como exemplo o gato, que é mostra que os animais tinham uma relação cósmica ou divina dentro da religiosidade no antigo Egito. A antropozoomorfia era uma das características dessa religiosidade. Gostaria ate quando se manteve esse adoração ao Deus gato Bastet, Bast, Ubasti, Ba-en-Aset e se essa religiosidade era praticada em todas as classes sociais dentro do Egito neste período?
ResponderExcluirAGRADECIDO
ELOIS ALEXANDRE DE PAULA
Olá Elois, obrigada por ler meu texto!
ExcluirEra um deus que transitava em todas as classes sociais, bastante comum entre as mulheres. Não podemos esquecer que a perspectiva devocional é subjetiva entre os indivíduos, principalmente quando o número de deuses é amplo. A duração da devoção a Bastet foi proporcional a permanência da própria sociedade egípcia, que foi sendo sufocada com a chegada de outros povos em solo egípcio.
Abc.
Essa idolatria com os gatos era exclusividade dos egípcios no oriente? Reforçando uma das perguntas acima, por que a ligação homem e gato não se espalhou pelo ocidente como com o cão?
ResponderExcluirEm relação ao gato ter sete vidas, esse termo foi utilizado pelos egípcios também? Hoje existem varias ações que julgam os gatos, 'tipo gato é interesseiro', 'ver gato preto da azar'. O que você acha disso?
ResponderExcluirLuciana dos Reis de Santana.
Olá Luciana, obrigada por ler meu texto!
ResponderExcluirEssa é uma interpretação que foi sendo construída socialmente e se espalhando para outras localidades. Na India, por exemplo, a vaca é um animal sagrado, visão não compactuada por outras sociedades.
Abc
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Maura, parabéns pelo seu trabalho, o mesmo me chamou muita atenção, pois sou uma amante do Egito antigo, rs. Gostaria de saber seu o culto a deusa Bastet(um dos motivos de idolatração dos gatos) estaria interligada com outros povos que estivessem além do Nilo na antiguidade?
ResponderExcluirMaria Luísa Soares Marcolino
Olá Maria Luísa, obg por ler o texto!
ExcluirNão. Os egípcios que desenvolveram esse culto, não somente desse animal mas de muitos outros. Inclusive, essa prática chamava a atenção de estrangeiros que vieram ao Egito, causava espanto pois não era desenvolvida em seus locais de origem.
Abc
Olá, parabéns pelo trabalho.
ResponderExcluirEm relação a construíção historica entre os indivíduos e os animais na sociedade egípcia, bem como a forma como eram tratados, o porquê dessa adoração e veneração?
Érica de Araújo Lourenço Morais
Olá Érica, obg por ler o texto!
ExcluirPorque os animais compartilhavam com os humanos o habitat. Os egípcios acreditavam que as espécies haviam sido criados para dividir o mundo. Pode-se dizer que foi uma construção dessa sociedade a partir da observação do que estava ao redor dos indivíduos.
Abc
Boa tarde! Pelo que entendi, não havia um culto aos gatos em si, correto? Mas, em algum momento, algum gato era considerado a encarnação da Deusa Bastet, como ocorria com determinados touros que apresentassem certas características, considerados o próprio Deus Apis?
ResponderExcluirEduardo Sodré Farias
Boa noite, Maura Regina Petruski, gostaria de parabenizar o texto, a temática é muito interessante, além de ser sobre um animal que eu particularmente adoro. Minha pergunta é a seguinte, os egípcios eles veneravam animais selvagens que estavam além de seu controle, por apresentarem características temerárias; o gato quando passa a ter uma maior convivência com o cidadão egípcio, ele passa a ser menos respeitado ou não ? Ser domesticado diminui a importância dele para as representações metafisicas que faziam sobre os animais e deuses ?
ResponderExcluirOlá Eduardo, obrigada por ler o texto!
ResponderExcluirA deusa Bastet era representada em sua forma física por uma gata. Foi escolhida pelas suas características e por seus atributos.
Abc
Muito obrigado pela resposta e parabéns pela pesquisa!
ExcluirBoa noite! Parabéns pelo texto, gostei muito.
ResponderExcluirMeu questionamento seria em relação ao por quê outros povos viam estranheza a relação dos egípcios com os animais. Os outros povos não tinham animais de convivência mais próxima?
Abraços!
Excelente abordagem! O texto possui uma interessante gama de informações relevantes, caracterizando os diferentes aspectos da convivência entre humano e animal.
ResponderExcluirGostaria de perguntar: existem pesquisas mais aprofundadas sobre a prática da mumificação dos felinos?
CARINA GRESELLE
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirProfessora Maura, primeiramente obrigado pelo texto e pela participação no simpósio, isso é muito importante para ajudar na quebra de esterótipos vindos do eurocentrismo, por exemplo. E minha questão é exatamente a respeito de esteriótipos. Das espécies de gatos que você cita no artigo, nenhum deles (talvez por questões geograficamente óbvias) se parecem com o gato canadense, que o senso comum também conhece como 'gato egípcio' ou 'gato esfinge'. Você tem alguma opinião ou conhecimento do porque estes termos são usados pra essa espécie de gato ? Novamente obrigado pelo texto e conhecimento compartilhado.
ResponderExcluirOlá Maura!
ResponderExcluirInteressantíssimo seu texto, principalmente por colocar a figura dos felinos como personagens históricos dentro do Egito Antigo; a presença dos animais ao longo da história sempre me chamou a atenção.
Preciso registrar meu agradecimento a você, antes de realizar minha pergunta, pois tive o privilégio de tê-la como professora na minha primeira graduação: o meu muito obrigada!
Quando se trata dos egípcios, além dos mistérios que permeiam essa sociedade, sabe-se que eles possuíam até certa obsessão por limpeza, em especial nas classes mais ricas, a questão dos banhos diários, a barba e cabelo raspados, as unhas que deveriam estar limpas, que também pode ter sido influenciada até devido às altas temperaturas do local em que viviam. Nesse sentido, ainda que o panteão egípcio seja composto por inúmeros animais, será que é possível o gato ter sido um dos escolhidos para compô-lo devido entre outros motivos aos seus hábitos de ficar se limpando, às vezes, até metade do tempo em que estão acordados? Será que por ser um animal asseado que busca sua limpeza individual até de modo narcísico (aos nossos olhos), isso possa ter contribuído de alguma forma?
Talita Seniuk
Boa tarde, Maura!
ResponderExcluirPrimeiramente, queria parabenizá-la pela abordagem inusual, simplesmente fascinante. Um dos colegas acima se referiu a um certo desdém das pessoas com relação aos gatos como animal doméstico. Fatalmente me ocorreu a grande obra do historiador Robert Darnton, "O Grande Massacre dos Gatos", em que ele perscruta, pelo prisma cultural, o que justificaria um trato tão cruel com os pobres animais. A partir disso, vemos que o imaginário europeu também projetava nos gatos caracteres místicos, mas, diferentemente dos egípcios, a energia supra humana contida neles era genuinamente ruim. Enfim, minha pergunta é a seguinte: há alguma relação histórico/cultural entre as visões dos gatos dos europeus e dos egípcios? A mitologia do Egito Antigo, neste caso, não teria influenciado em alguma medida, o imaginário popular europeu?
Obrigado desde já.
Bruno Ian Lupi Jorge
Olá! Gostaria de saber se há alguma herança desses hábitos em nosso país
ResponderExcluirGabriel Vinicius Moraes Rodrigues
Olá Gabriel, obg por ler o texto!
ExcluirO que temos não somente no Brasil mas em vários outros países é o que ficou conhecido como egiptomania, ou seja, uma reutilização da cultura egípcia na contemporaneidade. Esse movimento se intensificou no século XX, e muitas pessoas incorporaram a simbologia egípcia em outros contextos, por exemplo, no interior de casas que foram decoradas com referências dessa cultura, brinquedos e no espaço dos cemitérios.
Abc
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirFiquei muito contente com o texto, po8s sempre tive muita curiosidade acerca dessa temática. Bom, eu gostaria de saber se a origem da deusa Bastet, que é representada por um felino, tem a ver com Basket III e se essa cultura ainda permeia no Egito atual
ResponderExcluirGabriel Vinicius Moraes Rodrigues
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Maura, parabéns pelo texto. A visão Ocidental acaba tapando nossos olhos quanto as práticas e culturas no resto do mundo. Se possível gostaria de saber um pouco mais sobre como essa relação com o gato era lida pelas sociedades não egipicias do contexto.
ResponderExcluirKeren Amorim
Parabéns, que trabalho interessante sobre essa relação entre os felinos e os egípcios. Saber que essa ligação perpassava desde a divinização até a utilização de seus corpos para sacrifícios é bastante relevante para entender a ligação egípcias com os animais. O intrigante é saber que vários deuses em determinado momento foram representados em formatos felinos, essa interpretação dessas representações estão vinculadas as trocas culturais entre outros povos, ou estavam conectadas a cerimonias e/ou padrões estéticos de determinadas épocas?
ResponderExcluirLuanna klíscia de Amorim Mendes
Olá Maura,
ResponderExcluirBelo trabalho
Lendo o seguinte trecho, fiquei com uma dúvida "Na linha interpretativa em que os animais são utilizados como referência de sacralidade está às espécies selvagens, que eram vistos pelos egípcios como representantes do que havia subsistido do caos primordial."
Que concepção seria essa de Caos Primordial?
Abc
Marcos de Araújo Oliveira-UPE
obrigada pelo texto informativo, ate hoje eu desconhecia o uso medicinal de partes de gatos no egito, e desconhecia o uso sacro em sacrificios, acreditava ser apenas uma relação entre o homem é um animal de estimação carregado de muita simbologia e mito.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá, amei seu texto até porque sou suspeita pra falar já que amo gatos. Quando li o título do seu texto, imaginei que você falaria sobre como os egípcios tinham os gastos como uma espécie de "portal" para a além vida e que por isso os gastos eram mumificação juntos com seus donos quando os segundos vinham a óbito, você já leu algo sobre isso?
ResponderExcluirSofia Adelaine Gonçalves da Rocha