Luciano Monteiro


AS FACETAS DO FUNDAMENTALISMO E A RELAÇÃO COMERCIAL ORIENTE [MUÇULMANO] E OCIDENTE
Luciano Araujo Monteiro

Introdução
Este estudo não visa fazer apologia ao terrorismo ou à barbárie, mas, busca refletir que o antagonismo ocidente e oriente nem sempre ocorreu, usando como exemplos a relação: ‘EUA-Irã’ ou ‘EUA-Líbia’. Também pretendo abordar o termo ‘fundamentalismo’ que, se nos dias atuais é visto de forma pejorativa ao pensarmos na comunidade muçulmana, outrora, foi uma palavra que designava um pensamento de uma corrente do cristianismo. Faço uso de fontes: bibliográficas e jornalísticas de autores contemporâneos. Este estudo se justifica com a finalidade de combater estereótipos perpetuados pela mídia nacional e internacional.
Troca de papéis: de aliados a inimigos
O texto de Antônio Flávio Pierucci “Fundamentalismo e Integrismo: os nomes e a coisa” [2000] fala da Revolução Iraniana [1979], na qual o governo do Xá da Pérsia (laico e modernizador, sendo aliado dos Estados Unidos) é deposto pelo regime de caráter teocrático do aiatolá Khomeini [levante que chegou a ser transmitido pela televisão].
Após a Revolução Iraniana, várias palavras de tendência religiosa passaram a circular na mídia, assim como novas interpretações destes termos ou mesmo aproximações, como nas palavras: ‘fundamentalismo’ e ‘integrismo’. Enquanto este se apega à tradição clerical católica, aquele abomina isso, lembrando que, no Irã e no Paquistão, as lideranças ensinam que o bom governo é aquele que segue as leis religiosas, reveladas por um único Deus. O ‘integrismo’ é um movimento conservador surgido na Igreja Católica, entre o fim do século XIX e início do XX. Prega o apego aos dogmas, poder temporal do papa, sendo a favor da monarquia. Em outras palavras, se posiciona contra a república [mesmo se este regime pregar a liberdade de culto]. Ou seja, é contra o Estado laico [governo em que política e religião não devem se misturar], por esta forma de governo tratar a religião como um ponto que deve ser exercido somente na espera privada. Em matéria de conservadorismo, se assemelha ao khomeinismo, embora este seja defensor do regime republicano. Pierucci se baseia em Max Weber, para mostrar o fundamento de um governo teocrático entre os povos islâmicos, lembrando que Maomé foi um líder religioso e chefe político. 
De acordo com Pierucci, o fundamentalismo foi um termo inventado pelo reverendo batista Curtis Lee Laws, em 1920. Um nome que foi honrosamente assumido por seus colegas batistas e presbiterianos como algo que denotava empenho em ir à luta “pelos pontos fundamentais da fé”. Hoje, essa palavra se refere de forma pejorativa a um movimento contra a modernidade ocidental, muitas vezes relacionado aos Xiitas, vistos como violentos, contudo, o autor lembra que há também o extremismo Sunita. De acordo com a escritora Beatriz Canepa: “Xiita e Sunita são as duas maiores vertentes do islamismo, e dão base, atualmente, para agrupamentos de cunho político, sobretudo nos países árabes” [CANEPA, 2014, p. 46].
A juventude que cresceu num Estado islâmico, no qual o governo optou por adotar medidas pró-ocidente, começou a questionar o status quo, sendo que, no caso do Irã, os jovens passaram a erguer a bandeira da Revolução Islâmica e do Estado confessional, ou seja, o radicalismo visa um retorno às origens do islã, nos referenciais políticos, morais, religiosos e sociais. Desse modo, é possível ver uma semelhança entre o retorno ao Estado teocrático islâmico e a postura reacionária do integrismo, a fim de mostrar que o radicalismo não é uma exclusividade de uma parte dos adeptos do islã, conforme podemos pensar a partir da leitura da obra: “Ciladas da Diferença”, de Pierucci. Com base na ideologia de retorno às raízes do islã, é possível usar o argumento apresentado por um dos participantes da Revolução de 1979, ao dizer a um repórter norte americano: “Como posso explicar a você o quanto este momento é feliz para mim? Depois de todos esses anos sob o Xá, finalmente posso participar de uma Revolução Islâmica e de um Estado Islâmico!”.
A citação anterior propicia o entendimento de como o retorno às tradições foi valorizado naquele contexto e permite uma reflexão sobre as manifestações populares contra governos opressores no fenômeno conhecido como Primavera Árabe, movimento que eclodiu em países como o Egito, Síria, Líbia, dentre outros [clamando por mais liberdade e menos autoritarismo] , tendo como um de seus desdobramentos a execução do ditador  Muammar Gaddafi, na Líbia, lembrando que, no passado, ele foi o grande responsável por colocar um fim, em 1969, ao governo monárquico do rei Idrís, implantando um regime inspirado pelas ideias  nasseristas (tentando unir Egito, Síria e Líbia), muçulmanas e socialistas, lembrando que o conselho da Revolução, liderado por ele, foi responsável por expulsar as bases militares dos EUA e Reino Unido da Líbia, assumindo desse modo, o controle da produção do petróleo nacional [COSTA, 2011, p. 39-40].  Em 2003, a Líbia reabriu suas fronteiras às transnacionais, promovendo em 2005, um leilão de reservas de petróleo, beneficiando a British Petroleum, a francesa Total, a italiana ENI, dentre outras [COSTA, 2011, p. 41], descaracterizando completamente os ideais revolucionários. Ademais, é importante lembrar que, em 1986, o mesmo governo líbio orquestrou um ataque terrorista em um clube noturno alemão, no qual morreram 3 militares norte-americanos. Os EUA, em retaliação, bombardearam a casa de Muammar Gaddafi (transformada em monumento à resistência, depois do bombardeio), matando 60 pessoas, dentre elas uma filha de 1 ano do ditador. Houve também atentados a aviões comerciais dos EUA, em 1988, no Reino Unido [COSTA, 2011, p. 41]. Apesar desses atos de violência, Gaddafi foi perdoado pelas Nações Unidas, tornando-se assim um parceiro econômico, como foi dito anteriormente. Aspecto que permite pensar na seguinte questão:
-Será que o governo estadunidense se posiciona contra o terrorismo, provocado pelos adeptos do fundamentalismo islâmico ou contra os regimes muçulmanos que vão contra seu imperialismo, como é o caso do Irã?
Um ponto que reforça esse questionamento se encontra em relatos, que fazem referência aos oficiais e pilotos líbios executados por se recusarem a cumprir ordens de atacar civis, no contexto da Primavera Árabe [COSTA, 2011, p. 42], assim como o fato de Muammar Gaddafi ter utilizado soldados leais a ele e mercenários, recrutados no norte da África, ganhando dois mil dólares diários, com a finalidade de massacrar os cidadãos que ele mesmo governou [COSTA, 2011, p. 42], lembrando que, o governo norte-americano relutou muito, até se posicionar a combater esse ditador. Aliás, é imperativo lembrar que, o regime que voltou a ser inimigo dos EUA em 2011 [ano da Primavera Árabe] é o mesmo governo que outrora foi apoiado pelos norte-americanos a compor o Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, como aparece na citação: “A Líbia teve anuência de Washington ao ser eleita para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, em maio de 2010, ao passo que o Irã foi vetado”. – [COSTA, 2011, p.41]

A imagem a seguir ilustra a aproximação de relações entre Estados Unidos e Líbia, produzida em reunião do G8, composta pelos sete mais poderosos do mundo [EUA, Japão, Inglaterra, França, Itália, Canadá e Alemanha – mais a Rússia].

Fig. 01 - Líder líbio cumprimenta o presidente Barack Obama durante uma reunião do G8. Itália, 9 de julho de 2009.
Foto: Oli Scarff/Getty Images 
Disponível em:

Podemos pensar no veto ao Irã de participar do  Conselho de Direitos Humanos da ONU por conta de seu programa nuclear, iniciado há quase duas décadas, tendo como justificativa a produção de energia para fins pacíficos. Um ponto que faz transparecer a desconfiança por parte do governo estadunidense sobre as reais intensões do governo iraniano, sendo que, em 2019, houve o aumento da influência dos EUA, com o intuito de dificultar a exportação do petróleo iraniano. Contudo, por meio da próxima imagem [divulgada na versão impressa da revista Galileu, em 2007], podemos constatar que, a antiga Pérsia se encontra cercada por bases dos EUA, instaladas em países vizinhos. Em outras palavras, torna-se necessário, ao governo iraniano aumentar seus mecanismos de defesa, a fim de impedir uma invasão de forças armadas estadunidenses, a exemplo do que ocorreu no Afeganistão e no Iraque na primeira década dos anos 2000.  

Fig. 02 - Representação do Irã cercado por instalações militares dos EUA. Disponível em: 



Com base nas fontes comparativas, ainda há a possibilidade de se refletir mais sobre o retorno à pureza da religião islâmica entre os jovens, tendo como um de seus adeptos Osama Bin Laden [falecido], filho de uma rica família de empreendedores do ramo imobiliário, que se estabeleceu na Arábia Saudita na primeira metade do século passado [BOECHAT; SEQUEIRA, 2011, p. 66]. Sem esquecermo-nos de que, se por um lado ele era considerado o inimigo número 1 de Washington, chegando a ser satirizado como um alvo numa das imagens presente numa das matérias jornalísticas que estamos analisando, por outro, ele foi um aliado do mesmo governo, no contexto da guerra do Afeganistão, contra a antiga URSS, comercializando armas junto ao ‘Taliban’ [é plural da palavra talib, estudante na língua local afegã], um grupo terrorista que atua no Afeganistão e assim como a ‘Al-Qaeda’ e o ‘Estado Islâmico’, se posiciona contra o governo norte-americano.
A morte de Bin Laden [em 2011] causou medo de retaliação, por parte do grupo que ele criou [Al-Qaeda]. Temor potencializado pela existência de células terroristas presentes no Iraque, Iêmen, EUA, França, Inglaterra e Itália, existindo como alvos potenciais: aeroportos e rodovias [podemos pensar na escolha dessas localidades pela aglomeração de pessoas, assim como por serem vias de escoamento de produtos, ou seja, são pontos estratégicos, ligados à economia estadunidense e de países aliados]. Depois de um reconhecimento facial e testes de DNA, o corpo de Bin Laden foi jogado no mar da Arábia. Os EUA não divulgaram onde, precisamente, o corpo foi abandonado, com o intuito de impedir o surgimento de um ponto de peregrinação. Talvez os EUA tenham aprendido com a História, pois, no passado, ao exibirem as fotos dos filhos de Saddam Hussein [já mortos], houve forte comoção por parte de segmentos da comunidade muçulmana, a exemplo do que ocorreu com o vazamento do vídeo em que mostrou o enforcamento do ex-ditador iraquiano [em 2006].
Conforme estudos de Pierucci, “o Corão manda matar caso o fiel se creia em estado de defesa contra um infiel, renegado, pagão e, por isto mesmo, na lógica islâmica, tirano”. A partir dessa citação, podemos apresentar a existência das Madrassas, escolas religiosas existentes em países como: Paquistão e Afeganistão, especializadas em ensinos corânicos e que, ao contrário do estereótipo difundido no ocidente, por meio da figura do ‘Homem Bomba’ não prega o extermínio em massa. Ademais, podemos nos valer das pesquisas do escritor Abdel Bari Atwan, por ele apresentar em seu trabalho as baixas taxas de suicídios, presentes em países de tradição muçulmana:
“Cometer suicídio é considerado pecado no islã, como o é no cristianismo e no judaísmo. O suicídio é até mesmo menos aceitável na cultura muçulmana do que o é no Ocidente. As estatísticas sugerem que o islã reduziu a probabilidade de suicídio, uma vez que, nos países muçulmanos os índices estão entre os mais baixos do mundo. Nos últimos anos, o nível global de suicídios esteve entre 11 e 15 por 100 mil habitantes. O mais alto é o de 70 por 100 mil, na Rússia e na Lituânia. A Palestina é o único país muçulmano com alta taxa de suicídio – cerca de 29 por 100 mil; pesquisas indicam que 50% dos palestinos sofrem de algum trauma psicológico suficiente para requerer tratamento. Em contraste, a Jordânia, o Egito, o Irã e a Síria detêm um índice de suicídio inferior a 1 por 100 mil. Kuwait, Turquia, Azerbaijão, Albânia e Bahrein têm menos de 5 por 100 mil”. - [ATWAN, 2008, p. 109-110]
Ao usarmos como base as pesquisas de Atwan, é possível combatermos o estereótipo do muçulmano como homem-bomba, visto que a taxa de suicídios nos países já citados é considerada baixa. Além disso, este autor reforça o fato de que, a prática do suicídio é condenada no islã, assim como ocorre no cristianismo e judaísmo:
“Em agosto de 2005, o teórico sírio Abu Nasir al-Tartusi emitiu um fatwa [pronunciamento legal proferido por um estudioso em lei religiosa] segundo o qual missões suicidas de fato significam que a pessoa está cometendo suicídio, o que contradiz milhares de textos religiosos válidos e corretamente interpretados que proíbem o suicídio, qualquer que seja a motivação [...] e o profeta [Maomé] diz: ‘Quem comete o suicídio com um item ou objeto deste mundo será torturado com ele no Dia do Julgamento’.” -  [ATWAN, 2008, p. 111-112]
Podemos pensar nessa convergência de valores entre as três religiões pelo fato de que o islamismo nasceu da junção de costumes árabes e de práticas existentes nas religiões cristã e judaica, como a crença num único Deus.
Considerações finais
Tentei mostrar, por intermédio deste texto, que a relação ocidente-oriente [muçulmano] é regida por interesses econômicos, assim como por aspectos religiosos [dentre outros fatores] e que, torna-se imperativo combater estereótipos, pois nem todo árabe é muçulmano, assim como nem todo muçulmano é extremista. Além disso, o Corão ou Alcorão é um livro religioso e não prega a barbárie. Conforme foi apresentado neste estudo, o termo ‘fundamentalismo’ não nasceu na tradição árabe ou muçulmana, mas, ganhou significado pejorativo com o passar dos anos, referindo-se a estas camadas sociais. Todavia, devemos ter em mente que o islamismo não prega a morte, lembrando que, essa religião nasceu de um sincretismo judaico-cristão, com características do mundo árabe, sendo criado pelo profeta Maomé.
Ao escrever este texto, não busquei estabelecer um maniqueísmo ocidente-bom/oriente-mau, mas, sim, ilustrar que essas relações muitas vezes são determinadas por interesses estratégicos (defesa) e econômicos, usando como exemplos as relações EUA-Líbia e EUA-Irã, lembrando que, 40% da produção mundial de petróleo se encontram no Golfo Pérsico, segundo nos é informado na figura 02. Um fato importante a ser levado em consideração ao pensarmos no perdão que Washington concedeu a Gaddafi, tornando-o num parceiro comercial e como essa atmosfera política se inverteu em 2011, momento em que os crimes cometidos por este ditador [que governou a Líbia por 42 anos] tornaram-se mais evidenciados pela imprensa nacional e internacional.
É possível percebermos que, se por um lado existiu um movimento de reivindicação por regimes políticos mais democráticos [influência ocidental], conhecido por Primavera Árabe, que trouxe consequências para os dias atuais, como a guerra civil que ocorre na Síria, que poderá servir de objeto para um estudo posterior, também podemos notar a persistência de posturas políticas e religiosas que visam legitimar o islã sem a influência do imperialismo norte-americano, como ocorre no Irã. 
Referências
Luciano Araujo Monteiro é graduado em História (UNIFESP), pós-graduando em Gestão Pública (UNIFESP) e mestrando pelo Departamento de História (UNIFESP). E-mail: lucianoaraujomonteiro@yahoo.com.br.
ATWAN, Abdel Bari. Bombas Humanas e o Conceito de Martírio. In: A história secreta da AL-QAEDA. SÃO Paulo: Larousse. 2008.
BOECHAT, Yan; SEQUEIRA, Cláudio Dantas. Clube do terror. In.: Isto é. O mundo não está mais seguro. 11 mai. 2011. Ano 35. N° 2165.Editora 3. p. 64-69.
CANEPA, Beatriz. Geopolítica volta à cena: China, Rússia e Irã ampliam sua importância no cenário mundial em contraposição aos Estados Unidos, que veem sua hegemonia questionada. Guia do Estudante: atualidades. 2º sem. 2014. p. 42-49.
COSTA, Antônio Luiz M.C. Dilúvio no Deserto. In.: Carta Capital. O caso de outro ditador. 02 mar. 2011. Ano XVI. N° 635. p. 38-43.
PIERUCCI, Antônio Flávio. Fundamentalismo e Integrismo: os nomes e a coisa. In.: Ciladas da Diferença. São Paulo: Editora 34. Ano 2000.

12 comentários:

  1. Parabéns pelo texto! Como se daria uma tentativa de paz entre países ocidentais, sabendo que a lógica capitalista nos está impregnada; e países do oriente médio que acreditam que um governo bom está ligado às tradições religiosas, mais precisamente as presentes no Corão?

    Paulo Roberto Camargos.

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  2. Olá Paulo

    Fico feliz que tenha gostado do meu texto. De fato, estamos impregnados pela lógica capitalista, todavia, as tradições árabes ou muçulmanas não negam as práticas comerciais. Pelo meu ponto de vista, a paz deve ser negociada existindo um respeito, que vise o estabelecimento da igualdade de direitos entre povos diferentes. Contudo, nos dias atuais, as negociações entre EUA e Irã, por exemplo, ocorrem num âmbito desigual. O governo estadunidense justifica sanções econômicas em relação à antiga Pérsia como uma política de Estado contra o terrorismo, todavia, omite a existência de bases militares que praticamente cercam o Irã. Infelizmente, a geopolítica entre oriente e ocidente é ditada, muitas vezes, pela força das armas e não pela diplomacia e respeito mútuo entre povos.
    Espero ter me feito entender.

    Abraço

    Luciano Araujo Monteiro

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  3. Boa tarde !
    A princípio, Luciano Araujo Monteiro gostaria de parabenizá-lo pela escrita salutar e temática abordada.
    Infelizmente, a Mídia é uma ferramenta que sempre está disponível em atender aos interesses dominantes em voga, e pior, que á mesma é responsável pela manipulação da opinião pública , e gestação de estereótipos distorcedores e equivocados existentes( conflito dual entre Ocidente versus Oriente ).
    Att.,
    Maykon Albuquerque Lacerda

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  4. Caro Maykon.
    Obrigado pelo elogio. Realmente, os veículos de comunicação de massa atendem aos interesses de grupos sociais dominantes, todavia, acredito que, se usadas com responsabilidade, as redes sociais podem contribuir para combater estereótipos propagados pelas grandes mídias (nacional e internacional).

    Luciano Araujo Monteiro

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  5. Por que mesmo com o oriente médio cada vez mais perto do ocidente em relações internacionais, ele ainda é visto com um olhar extremamente xenofóbico do ocidente cultural? isso se daria pelo fator religioso? isso se daria pelo fator religioso?

    Gabriel Braga de Souza

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  6. Olá Luciano. Excelente texto, muito ilustrado e esclarecedor. Gostaria de saber quais foram as influências teóricas ou até mesmo filosóficas, que embasaram o radicalismo anti-ocidental da juventude muçulmana no Oriente contemporâneo?

    Gustavo Afonso Bennato Teodosio

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    1. Olá Gustavo. Agradeço as considerações feitas. Infelizmente, pelo menos neste momento, os meus estudos não contemplaram essa questão. Minha pesquisa tem por escopo a desconstrução de estereótipos (difundidos no ocidente) sobre a figura do árabe ou muçulmano.

      Luciano Araujo Monteiro

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    2. Eu que agradeço novamente pelo excelente texto. Gostaria de saber também, se teria conhecimento de iniciativas de conciliação e debate, entre os representantes das religiões citas no seu texto? Algo que tente viabilizar uma dialogo e pacificar o radicalismo e que esteja fora de qualquer esfera de influencia ocidental.

      Gustavo Afonso Bennato Teodosio

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    3. Olá Gustavo.
      Desconheço a tentativa de paz por meio de lideranças religiosas em nossos dias (das religiões que citei), porém, destaco aqui que, o final do governo Obama (descendente de família muçulmana) caminhou para estabelecer uma relação diplomática junto ao Irã. Todavia, essa aproximação entre Irã-EUA retrocedeu na gestão Trump. Espero ter podido ajudar.

      Luciano Araujo Monteiro

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  7. Olá Gabriel

    Isso se daria por um desconhecimento do ocidente sobre as tradições árabes ou muçulmanas. Também acrescento como um fator determinante para essa xenofobia a grande produção cinematográfica norte-americana que expõe esses povos sempre como vilões enquanto os estadunidenses são heróis destinados a salvar o mundo. Um documentário que trabalha essas questões chama-se: “Filmes ruins, árabes malvados: como Hollywood vilificou um povo”. Ademais, é comum na sociedade estadunidense criar inimigos para justificar práticas imperialistas. Um exemplo foi a Guerra no Iraque, realizada em 2003, para derrubar o já falecido Saddam Hussein, tendo como justificativa de que o governo iraquiano estaria desenvolvendo armas químicas (fato que não foi comprovado por meio dos inspetores da ONU). Mesmo assim e sem consentimento da Organização das Nações Unidas, o então presidente George W. Bush invadiu aquele país, supostamente em defesa dos ideais de liberdade, porém, na verdade, com intuito de exercer alguma forma de controle sobre reservas de petróleo, localizadas no norte e sul do Iraque.


    Luciano Araujo Monteiro

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  8. Parabéns pelo texto!
    Considerando a situação da política externa brasileira e internacional, o Brasil se aproximando de Israel pode trazer grandes problemas com países islâmicos ?

    Tiago Tormes souza

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  9. Olá Thiago
    Agradeço o elogio. Creio que o Brasil poderá ter problemas com países islâmicos se o atual governo promover um discurso de ódio ou de intolerância com relação aos muçulmanos. Se esse tipo de discurso não existir, acredito que o Brasil possa desenvolver boas relações comerciais com Israel e, quem sabe, com países do Golfo Pérsico.

    Luciano Araujo Monteiro

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